Menos jovens brasileiros abandonam estudo para trabalhar.

Por Época NEGÓCIOS Online


O jovem brasileiro está passando mais tempo na escola. Entre 1982 e 2007, a parcela de adolescentes entre 15 e 19 anos que somente estuda subiu de 27,2% para 41,3%, segundo mostra o relatório “Juventude e Políticas Sociais no Brasil”, divulgado nesta terça-feira (19/01), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Durante o mesmo período, o número de jovens dessa faixa etária que só trabalha caiu de 40,2% para 21,6%. Aqueles que estudam e trabalham respondiam por 16% e agora são 25,9% dos adolescentes.

Durante o intervalo de 25 anos, o número médio de anos de estudo dos homens de 15 a 29 anos passou de 5,2 para 8,4. Entre as mulheres, o aumento foi ainda maior, de 5,5 para 9,2.

Em 1982, a maioria dos homens em todas as faixas etárias participava do mercado de trabalho. Já dentre as mulheres, entre os 15 e os 19 anos, a situação mais comum era a de ser apenas estudante. A partir desta idade, era a de não fazer parte do mercado de trabalho e não estudar.

Passados 25 anos, o comportamento da sociedade sofreu mudanças. Em 2007, a condição de estudante era a mais frequente entre os jovens de 15 a 19 anos, tanto para homens quanto mulheres. A partir desta idade, prevaleceu a inserção no mercado de trabalho para ambos os sexos.

Embora tenha havido melhoria no nível educacional dos jovens, a qualidade do emprego piorou. Em 1996, segundos dados do IBGE, 17,3% dos jovens entre 15 e 17 anos que trabalhavam estavam empregados com carteira assinada, enquanto 46,7% não tinham registro formal. Já em 2006 a parcela jovens nessa faixa etária empregados com carteira de trabalho caiu para 11,1% e da dos sem carteira subiu para 50,3%.

O quadro se reflete também na situação financeira dos jovens. De acordo dados de 2007, 30,6% deles podem ser considerados pobres (renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo). Outros 15,7% vêm de famílias com renda domiciliar per capita superior a dois mínimos e aproximadamente 53,7% com renda familiar per capita entre meio e dois salários mínimos.

Estrutura familiar

De 1982 a 2007, o brasileiro se tornou mais dependente dos pais. Se em 1982 63,1% dos jovens entre 15 e 29 anos ainda moravam na casa dos pais, em 2007 essa proporção pulou para 68,3%.

São as mulheres que se mostram mais independentes nesse sentido. Enquanto 62% moravam na casa dos pais ou outros parentes em 2007, 74,7% dos homens ainda residiam com os pais.

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