Jovens querem resultados e mudanças, mas como conquistar?


Que a juventude é aquela faixa etária que quer mudar o mundo, que tem descobertas, que é criativa, mobilizadora e inquieta está mais que provado e todos sabem. Mas então qual seria a justificativa para que em um país como o nosso ainda não tivemos até agora os avanços, as mobilizações e as mudanças que a juventude tanto quis?

Os jovens ocupam, hoje, um quarto da população do Brasil. Isso mesmo, são mais de 50 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos. Considerando que as camadas infantil e idosa (parte dela), não são atuantes na sociedade, a juventude mostra uma representatividade social extremamente forte.

Convido aqui você a observar uns dados e juntos vamos reparar em uma justificativa simples para saber o motivo pelo qual a juventude ainda não mudou este país. E pasme, é simples! Analisando rapidamente você verá que o jovem pode ser protagonista da história que envolve toda a sociedade brasileira, as mudanças, desejos e sonhos da juventude.

As políticas públicas no Brasil que atingem o jovem não são consultadas ou decididas por quem está nesta faixa etária, ou pior (bem pior) são feitas em algumas vezes por quem não entende a mínima necessidade ou a vivência que a juventude possui. Em muitos âmbitos públicos as políticas públicas de juventude são somente respingos de outras discussões.

Por exemplo:

Segundo o ‘perfil da juventude’ feito pela Secretaria Nacional com base no último censo, 51% dos jovens já perderam alguém próximo em razão da violência.  As vítimas, na maioria dos casos, eram amigos e primos, ou seja, também jovens. Isto confirma que o jovem é protagonista no tema violência, seja como autor ou receptor. Mas as discussões do sistema prisional ou de segurança pública não são abordadas diretamente quando o assunto é juventude, mas sim, quando outras camadas da sociedade sofrem diretamente com este assunto.

O mesmo estudo da Secretaria Nacional da Juventude aponta que entre os mais novos, na faixa de 15 a 17 anos, são 16% os que trabalham. Entre os jovens de 25 a 29 anos, mais de 70% trabalha ou está procurando trabalho, enquanto apenas 12% ainda só estuda. E apesar de termos o perfil da Juventude descrito pelo próprio Ministério do Trabalho como “Juventude Trabalhadora”, nunca é discutido trabalho na juventude pela necessidade real de ocupação e renda desta faixa etária de 15 e 29 anos. A inclusão do jovem no mercado de trabalho é mais um assunto que só é levado à tona no sistema de gerenciamento público quando precisa se cumprir uma atividade de inovação, experiência, ou suprir qualquer outro fator pelo setor mercadológico e empresarial.

Quando se fala de cultura, esporte, lazer, etnias, religiões ou tantos outros assuntos a realidade é a mesma. Somente quando se discute pela (ou para a) sociedade como um todo é que a juventude entra como uma parte somente deste eixo central. Por estes e muitos outros exemplos, precisamos que o jovem tome as rédeas destas discussões assumindo autoridade sobre estes temas.

Para você que ainda se pergunta onde ou como o jovem pode ser protagonista da história que envolve toda a sociedade brasileira, é aqui que quero colocar a minha sugestão, o meu chamamento e o tema central desta ideia:

Jovens, ocupem os espaços públicos!

Ocupem, esta é a palavra. Ocupem os espaços, debatam, participem, exponham suas ideias. Mostrem que a mentalidade de inovações e evoluções devem estar presentes em todos os momentos na nossa sociedade. Tão simples quanto imprescindível, o próprio jovem deve atuar nas áreas de tomadas de decisão e de participação social. Somente com a atuação dos jovens nos aprendizados, nas discussões, nas implantações e nas realizações é que a juventude irá imprimir a sua face nas áreas públicas e legais deste país.

Tribos:

A característica mais forte da juventude é a participação de grupos, ou como explica o sociólogo francês Michel Maffesoli, a necessidade de organização em tribos urbanas.  É inerente da juventude a participação em grupos sociais seja pela religião, pelo esporte, pela música, pela moda, ou pela atividade social. São nos grupos sociais onde normalmente o jovem cria, desenvolve ou absorve os preceitos de identidade e caráter.

O que a juventude não observa é que se deve usar de um meio qual pertença para influenciar o todo. Estes preceitos de ética, bondade, fidelidade, ou qualquer outra característica benéfica absorvida neste subgrupo devem der levados para o espaço público influenciando assim uma mudança social impactante, uma vez que é no espaço público que a lei e a ordem são regidas e modificadas.

Espaço público, dentro do pluralismo político, consiste em desde os cargos eletivos como Vereador, Prefeito, Deputados e assim por diante, até os espaços de participação popular como fóruns, conferências, assembleias públicas e outros.

Existem espaços públicos de mobilização desde as escolas, bairros, e em todas as instâncias e setores da sociedade. Fóruns, conselhos e debates, são formas livres de pluralismo político onde devemos entender, é a possível garantia da existência de várias ideias e opiniões, e aprendendo com elas e respeitando cada uma.

Depois de organizar uma Conferência Municipal e ocupando hoje a cadeira de presidente de um conselho de juventude, tenho o pleno entendimento que estes dois processos foram construídos somente com estas participações das organizações sociais de juventude e crucial as representatividades e diversidades. Tanto que, na minha opinião, conferencia e conselhos devem se chamar “de juventudeS”, dada a pluralidade destas tribos sociais.

No mesmo perfil da juventude feito pela Secretaria Nacional, a área que apresenta o jovem numa característica de sonhadora e batalhadora traz também a maior percepção da juventude.

Em que o jovem mais acredita? Você seria capaz de responder a esta pergunta?

A resposta quase unânime do sonho misturado com a vontade é a capacidade da juventude de mudar o mundo! Cerca de nove em cada dez dos entrevistados, ou seja, quase 90% dos jovens acreditam que a juventude pode mudar o mundo, sendo que para 70%, os jovens podem mudá-lo e muito.


Vamos jovens, ocupe estes espaços, debata. O aprendizado é tão superior quanto o efeito de sua ação. A recompensa é pessoal e social. Se você é dos noventa por cento que acha que podemos mudar o mundo, então comecemos agora! atrás hoje mesmo e ao menos comece, ocupe os espaços públicos e comece mudar a sua realidade.

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