O jovem brasileiro dá mais valor à fé do que às igrejas. Ele escolhe professar uma determinada religião por iniciativa própria, não por orientação familiar ou costume. E tem uma relação de intimidade com Deus, sem o temor e a distância tão presentes nas gerações anteriores.
Essas são as principais tendências observadas por respeitados especialistas do País, comprovadas por estudos recentes.
Um dos dados mais reveladores é o da pesquisa do teólogo Jorge Claudio Ribeiro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. Ele ouviu 520 universitários de 17 a 25 anos e, com os resultados, acaba de concluir o livro Religiosidade jovem, ainda na esteira do lançamento.
No estudo "Religiosidade jovem pesquisa entre universitários" , a categoria "jovens sem religião" soma 32% dos entrevistados - um percentual infinitamente superior aos números do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicam 7,3% da população. Desse total, 12,2% se dizem agnósticos ou ateus e 19,8%, crentes sem religião.
O professor afirma que "a religião não está sendo tão ágil diante dos problemas que aparecem a cada momento para as sociedades", mas que isso não seria um problema se ela não se apresentasse - em suas diferentes formas - como "elaboradora da verdade".
Ribeiro acrescenta ainda que "o jovem não é simplesmente alguém que tem 17 ou 25 anos, mas um ser humano que está montando as estruturas básicas da sua existência, fazendo opções que são estratégicas para seu futuro e, ao mesmo tempo, vive intensamente o presente porque está estabelecendo relações de alteridade".
A obra apresenta material abundante para entender, interpretar e atuar no campo religioso da juventude universitária e em outros espaços juvenis. Os resultados jogam luz sobre uma problemática mais ampla, já que refletem sobre o perfil de uma juventude plurirreligiosa, urbana, secularizada, hipercrítica da cultura atual, moderna e globalizada.
Tudo isso pesa na transformação da experiência religiosa e de fé dos jovens. Essa pesquisa beneficia os que se envolvem com a formação religiosa dos universitários, e os próprios jovens, colocado diante de uma radiografia bastante completa de sua religiosidade.
Fonte: Portal da Juventude
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