Radialistas e jornalistas da Voz do Brasil estão em greve

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Cerca de 70% dos jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação estão em greve. A EBC é responsável pela produção e execução da Voz do Brasil além de 3 agências de comunicação, 7 emissoras de rádio e 2 emissoras de TV.

A paralisação se dá devido à falta de reajuste salarial, a retirada de direitos do acordo coletivo propostos pela direção da EBC e contra perseguições políticas, censura e ameaças da parte da diretoria nomeada pelo governo Temer (PMDB) há um ano.

Reajuste salarial
A data-base das categorias é 1º de novembro. Os trabalhadores reivindicam 4% de reajuste para repor a inflação do período e perdas acumuladas mas a direção da EBC, mesmo 
após várias reuniões, não aceita reajustar nenhuma das cláusulas econômicas e oferece reajuste de 0%.

Direitos do acordo coletivo

Além da falta de acordo, a paralisação é contra a retirada de direitos como como ajuda-alimentação, auxílio às pessoas com deficiência, auxílio-creche e seguro de vida em grupo. 

A decisão de greve foi tomada dia 10 em assembleia nacional da campanha salarial, nas praças de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão, com 262 votos a favor da greve, 14 votos por nova assembleia na quinta-feira, dia 16, e nove abstenções.

Com sede em Brasília e filiais no Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Rio Grande do Sul, a EBC faz a gestão da TV Brasil, TV Brasil Internacional, Agência Brasil, Portal EBC, Radioagência Nacional e do Sistema Público de Rádio – composto por oito emissoras públicas federais.

Diretoria

Em uma de suas primeiras medidas no poder, Temer exonerou o ex-diretor-presidente da EBC, Ricardo Pereira de Melo, nomeando o jornalista Laerte Rímoli, que foi secretário parlamentar da Câmara Federal dos Deputados por quase 10 anos e diretor de comunicação durante a gestão do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB).

Em um ato direto, Temer também alterou o Estatuto Social da EBC que determinava o cargo de presidente da entidade ser mantido por 4 anos. Se isto permanecesse Rímoli não poderia ser nomeado. No ano passado, o presidente Michel Temer alterou a estrutura da empresa e dissolveu o Conselho Curador da EBC reduzindo a empresa a diretorias diretas.

Laerte Rimoli também trabalhou na coordenação da comunicação da campanha de Aécio Neves na eleição de 2014 e já havia sido chefe da assessoria de Comunicação Social do Ministério do Esporte e do Turismo durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e foi um dos editores do Fantástico e diretor regional de jornalismo da TV Globo no Rio de Janeiro antes dos anos 2000.

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