Não te representa? E você sabe quem te representa?


A Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888, completa hoje 125 anos. Com ela muitos conseguiram liberdade, mas até hoje brigam por representatividade. Vemos hoje que poucos na sociedade sabem o que quer dizer representatividade; Quero tomar um exemplo: 

Londrina tem como feriado, desde 2009, o Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de Novembro, uma homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695. Esta é uma lei de autoria do advogado Tito Valle, que esteve como vereador de 2009-12, e colocou Londrina como a segunda cidade do estado a ter o feriado (desde janeiro, a capital também tem esta lei).

Mas neste ano foi autorizado o funcionamento do comércio no feriado municipal, a autorização judicial veio em decorrência de uma ação, movida pelo Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval), alegando inconstitucionalidade da lei. Com isso, o Município de Londrina não pode mais impedir os estabelecimentos comerciais de funcionar no dia 20 de novembro. 

Não sendo reeleito para esta gestão o ex-vereador não tem a mesma facilidade para defender a lembrança da data, como teve para aplicá-la, cabendo agora a Prefeitura Municipal de Londrina cuidar deste assunto. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) já divulgou que entrará com um recurso para reverter a ação que pede a nulidade do feriado da Consciência Negra e informou que defende e considera a comemoração legítima, mas com certeza não é a prioridade da prefeitura brigar pelo feriado.

Por hora, enquanto não se reverte, fica assim, os negros terão, disputando espaço com as comemorações desta data, o comércio Londrinense que não fechará suas portas. Isto por não considerarem quem por um item, ou por um tempo, os representou. 
Esta atitude ainda enfraquece os movimentos sociais que, quando querem seus direitos, ou movimentação, recorrem aos políticos para que as aplique. Os políticos por sua vez, podem analisar da seguinte forma: 

Para que defender um movimento, ou segmento, que não irá posteriormente o manter neste posto de representante? E ainda, poder “compar briga” com associações ou sindicatos que terão judicialmente espaço para reverter a situação? 
Isto seria perder o espaço político em mais de um segmento, o que traz para qualquer político o que exatamente ele não pode ter, inimizades e desconfortos. 

Melhor mesmo é pensar que os políticos não considerem desta forma, senão caem-se as representatividades por terra, e cada vez a política vai ficando isolada, cheia pessoas que NÃO LHE REPRESENTAM. Aliás, o povo vai continuar a não saber responder a pergunta:

QUEM TE REPRESENTA?

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