Muito mercado, muito marketing, muito
dinheiro e pouco futebol. Todos já sabíamos disso e não queríamos ver, mas o
balde de água fria veio realmente para acordar o Brasil para os fatos. E o
problema é exatamente este!
Não posso ser hipócrita e dizer que não
torci, não sofri, e queria a derrota. Não. Estava mesmo empenhado, como em
todas as outras copas, a ver nosso Brasil levantar esta taça e somar uma
estrela as cinco de nosso uniforme, a ver crianças, jovens, adultos, idosos, todos
vibrando e cantando, mesmo sabendo de todos os erros e vantagens que giram em
torno desta paixão nacional.
Tecnicamente aqui fora, 200 milhões de
técnicos fariam diferente de Luiz
Felipe Scolari, assim como também fariam diferente se
fosse Corinthians, Palmeiras, São Paulo, ou qualquer time do coração perdendo
uma partida decisiva de um mundial, esta é a paixão! Paixão que o dinheiro
estragou.
Acompanhando esta derrota do Brasil vem
a frustração cultural de um país que não sabe perder, que agora, com o ego ferido
quer encontrar um culpado em campo, ou nos arredores dele.
Devido estas frustrações, assim como a
política em nosso país, o futebol está virando um setor de interesses e se
divide em dois grupos, os que detestam e não se misturam e os que entram
somente por interesse e dinheiro.
Nosso país não sabe perder, sempre
alguém tem que ter culpa e nunca nós mesmos. Na política, por exemplo, sempre
que dá algo errado, alguém tem que pagar, alguém tem que melhorar, reformar,
tomar atitude, menos eu ou você, menos o povo que vota errado.
E no futebol ao será assim também? Não.
Não podemos deixar uma máfia corromper mais uma parte de nosso país. Não
podemos deixar marketing, negócios, dinheiro e interesses mancharem mais o povo
do nosso Brasil.
Senão, assim
como a política está morrendo paulatinamente, o futebol também estará corrupto
e com desinteresses. As pessoas que entendem são capazes de discutir, ver o
errado por trás da cortina, quem entende menos, se frustra, não quer mais nem
ouvir falar de futebol, olimpíadas, e aí já estende a qualquer outro esporte, e
só entra nessa se for para ganhar dinheiro, por puro e simples negócio matando
a cultura e a prática esportiva.
Apesar da
derrota, temos que aprender e também ensinar principalmente aos nossos jovens que
jogo, é jogo, e o errado foi o circo mercadológico criado em volta do que era
pra ser atração. Sonho é sonho e ainda dá pra ser conquistado; Errada é a supervalorização
de uma pessoa para carregar a paixão de uma nação inteira. Erradas são pessoas
que não tem o mínimo de noção cívica, não sabem dividir momentos e realidades,
e em uma derrota desta querem queimar a bandeira do nosso país.
Assim
como defendo reformas políticas em nosso país, defendo piso e teto salarial
para jogadores proporcionais a idade e campeonato, a desmistificação e reforma
da CBF, uma legislação que obrigue convocação de jogadores fixados em nosso
país, reformulação de categorias de base e CPI de cartolas, mas nada disso vai
se realizar se EU não começar a mudar e parar de dizer que estava torcendo
contra o Brasil.
Tenho é
que saber perder, amargar a derrota de um jogo e dar o primeiro passo pra mudar
a minha nação.
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