Estudantes não vão poder pagar meia-entrada na Copa.

Minha coluna deste mês para a revista:


Jovens pagando inteira nos jogos podem criar um
nicho de mercado para investimento de marca.

O mercado em torno da Copa no Brasil cresce cada vez mais. Seja o hoteleiro, a construção civil, o edu­cacional, o comércio em geral, seja o informal, tudo está em pleno inves­timento para que durante a compe­tição possam colher seus frutos. O que não era de se esperar é que em torno de uma grande expectativa de movimentação financeira o estudan­te fosse tão desprestigiado.
O Ministério do Esporte, junto com a Fifa, elaborou um conjunto de re­gras para a Copa de 2014 em que ha­via a possibilidade de não ter meia- entrada para estudantes nos jogos. Na Copa da África, os ingressos va­riaram de 150 a 1.500 reais confor­me lugar no estádio e importância do jogo; portanto, não é de se esperar que os estudantes freqüentem os es­tádios na disputa daqui.
O curioso é que o Ministro do Es­porte, Orlando Silva (PCdoB), foi presidente da União Nacional dos Es­tudantes (UNE) entre 1995 e 1997, sendo a própria UNE quem obteve, ainda na década de 1940, o benefício do desconto de 50% para eventos culturais e esportivos.
Segundo informações do portal Congresso em Foco, que teve aces­so aos documentos, a decisão sobre a meia-entrada, assim como os de­mais pontos da minuta da Lei Geral da Copa, ainda não estão sacramen­tados. A minuta da Lei passou pela Casa Civil da Presidência e está a ca­minho do Congresso para votação.
A justificativa para a não aceitação é que os preços para os jogos serão determinados pela Fifa, que poderá discutir com os estados e municípios a possibilidade, já que hoje a “meia” é regulada por leis estaduais e muni­cipais. Porém, a Fifa detém a palavra final.
O documento foi elaborado pela consultoria jurídica do Ministério do Esporte, para apresentações sobre a futura lei, em um acordo fechado em abril, com a presença de Orlan­do Silva, do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e do consultor jurí­dico do Ministério, Wladimyr Vinycios Camargos, que também é egresso dos quadros da UNE e autor do resu­mo da Lei Geral.
Percebeu o que isso tem a ver com marketing? Um nicho se cria e, com as importâncias milionárias que são gastas em eventos como esse, se uma marca resolve arcar com os cus­tos da meia-entrada, ou de algumas “meias” exclusivas para os estudan­tes durante a Copa do Mundo, com certeza ganha um número conside­rável de fiéis consumidores. Como se diz entre os jovens: Fica a dica!

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