Vem aí um novo partido político: Frente Favela Brasil


Com apoiadores famosos como Lázaro Ramos, MV Bill, Sandra de Sá e muitos outros, foi lançado na semana passada, oficialmente no dia 28 de julho, o partido Frente Favela Brasil, com uma festa no Morro da Providência, a primeira favela do país. 

A ideia do partido é dar visibilidade e oportunidade às favelas e à população negra do país. Nas páginas oficiais, o reforço para que haja sempre um alto número de negros e de habitantes de periferias, além de 50% de mulheres, e 40% de jovens, entre 18 e 30 nas representações políticas em todas as esferas de poder.

O lançamento é o primeiro passo para a formalização da legenda. Agora, será necessário apresentar a documentação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), colher as assinaturas de apoio e formar os diretórios regionais. A Frente já tem representação nas 27 unidades da federação

O coordenador da Frente no Distrito Federal, Anderson Quack, passa alguns dados importantes que compõem a ideia do FFB. “Hoje temos 52% da população negra no país. Temos 15 milhões de favelados, somos do tamanho da Bolívia, dentro das favelas o nosso PIB [Produto Interno Bruto] equivale à economia do Paraguai e não temos a devida atenção dos Poderes Públicos de nenhuma esfera, nem na instância municipal, estadual, nem na federal e nem nas instâncias do Poder Legislativo, Judiciário nem Executivo.” 


  CUFA - Central Única das Favelas  


Um dos principais incentivadores da iniciativa é o fundador da organização não-governamental Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athayde. Segundo ele, a CUFA não faz parte oficialmente do núcleo político da Frente, mas apoia o projeto já que sempre desejaram apoiar algum partido que não apenas desse um espaço para o negro mas o fizesse protagonista.

Celso Athayde afirma que os negros estão em todos os partidos ali numa sala, mas eles não têm expressão, não fazem parte das cabeças. Uma vez que os negros são mais da metade da população, o espaço que existe para ele na política é muito pequeno, e ele é responsável por isso, por não se organizar.

Segundo Athayde, fundar um partido que represente os negros e as favelas vai além da ideia de disputar espaços e espaços de poder apenas pelo poder. “É o poder pela possibilidade de você transformar a vida das pessoas. Então, a gente não quer apenas uma caixinha, a gente acha importante a existência de um partido de negro, e que não tenha só negros, mas que também tenha favelados. Um partido com recorte e um viés étnico e racial, porque não tem só negros na favela, mas pessoas de todo tipo de etnia. A gente acha que se a gente se organiza, a gente não fica apenas votando nas pessoas que não tem compromisso conosco e vem apenas em época de campanha.”

  Arrecadação  


Uma ação colaborativa no site de arrecadação coletiva Kikante quer arrecadar fundos para a criação do partido. No site a descrição é: 

A Frente Favela Brasil surge inspirada na luta pelo protagonismo e pelo reconhecimento da dignidade da pessoa negra, dos moradores de favelas, dos pobres do campo e das periferias do Brasil. 

Mas essa transformação não será feita por um só, e sim por um coletivo organizado, consciente, e ético, que aposte nessa ideia. Essa é a hora de fazer a sua ação efetiva! Só chegamos até aqui, porque muitos brasileiros pensam como você, e estão cansados de apenas se indignar. 

Seremos sempre um coletivo que lutará para termos 50% de mulheres, e 40% de jovens, entre 18 e 30 anos nos representando em todas as esferas de poder. E a participação na Frente Favela Brasil é, por conceito, uma ação voluntária! Trabalhar para que a representação política do nosso país seja efetivamente um espelho do povo brasileiro parece um desafio inalcançável, mas somente até você entrar nessa luta com a gente.



O ator Lázaro Ramos e os ativistas Celso Athayde, Preto Zezé e Eliana Custódio durante o lançamento do Frente Favela Brasil, no Morro da Providência




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